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Sangue LEONINO

quinta-feira, abril 17, 2008

Lições do futebol

Os 90 minutos de um jogo de futebol podem até ser uma lição para a vida. Ontem pudemos verificar que não se justifica o êxtase delirante quando as coisas nos correm de feição – como aconteceu com os benfiquistas quando se apanharam a ganhar por 2-0 – nem o afundar depressivo quando tudo nos corre mal. O delírio faz-nos perder o tino e a depressão impede-nos de o buscar. It´s over only when it´s over, isn´t it Ismas, Best One?

O jogo de ontem em particular começa por ser uma lição para todos os dirigentes cá do burgo. Mesmo sabendo que não é possível haver sempre jogos com tais picos de emoção, bem faziam se cuidassem de criar as condições para que os adeptos tivessem a noção clara que quando "vão ao futebol" vão ver um jogo inteiramente disputado em cima do relvado, sem jogos acessórios ou subterrâneos, como os que o nosso futebol é fértil. Teríamos com certeza mais estádios cheios e, por consequência, o futebol seria um espectáculo mais saudável.

Pode também ser uma lição para os intervenientes directos: técnicos e jogadores. Às vezes as noções tácticas e técnicas são apenas teorias. Um jogo de futebol pode ter vida própria, acima dos espartilhos calculistas.

PB bem pode retirar algumas lições do sucedido ontem. A primeira parece-me claramente que terá percebido que mexeu em demasia e mal na equipa, como se, para mudar 2 cadeiras fosse necessário desmontar a sala toda. Assim deixou expostos, de uma assentada, 3 jogadores: Veloso, que ao recuar para a sua posição de origem nunca se conseguiu adaptar, estando nos 3 golos sofridos. Adrien que senão serviu para jogar com adversários mais fáceis, tendo sempre Moutinho sido preferido, dificilmente pode entrar num jogo de elevado ritmo, pese a sua categoria. E, finalmente, Gladstone, que, ao recolher ao banco, vê a sua confiança descer a pique. A segunda, talvez mais importante, é que o losango estava a ser um Mosteiro dos Jerónimos atado aos pés da equipa e que pode haver vida para lá dele.

Mas PB também deu algumas lições. A primeira foi uma lição de liderança. Ninguém sabe o que disse no balneário e, na verdade nem é preciso saber, porque a imagem transfigurada da equipa na 2ª parte vale por milhares de palavras acertadas que possa ter dito no intervalo. E se tal não fosse suficiente, estão aí as declarações dos nossos jogadores para o atestar. Num momento difícil, PB demonstrou que não perdeu a orientação, característica que apenas os líderes costumam exibir. A segunda lição é uma lição de aperfeiçoamento ou de evolução. PB aprendeu com o erro dos 3 centrais com equipas fortes (Braga e Glasgow) e ontem, é verdade com melhores opções, mudou o que não funcionava: o losango, mais em particular o seu vértice mais avançado: Rogmagnoli.

A lição que a equipa poderia retirar deste jogo já a devia ter interiorizado há muito: dar avanço ao adversário pode ser fatal e quando não é dá muito mais trabalho recuperar dele. Mas a equipa soube dar uma grande lição de sportinguismo, fazendo valer em campo a nossa divisa: a Glória vem depois do Esforço, Dedicação e Devoção, por maior que seja a adversidade. Outra grande lição que deve retirar é uma lição de confiança e coragem. Esta equipa pode ser muito melhor do que deixou transparecer ao longo da época. Jogos como o de ontem e até mesmo o jogo da Champions frente à Roma não podem ser produtos do acaso. Talvez precise de acreditar mais, de querer mais e de que nós acreditemos também, já agora. Muitas vezes é preciso mandar a táctica às malvas e pôr todo o coração. Ontem a equipa fez isso e por isso estamos todos agradecidos.

Nós, os adeptos, também podemos retirar lições do sucedido ontem, mesmo tendo contribuído de forma generosa para o desfecho final positivo. A primeira lição é a de amor-próprio: somos muito maiores quando puxamos todos para o mesmo lado, quando as claques estão juntas, quando puxamos pela equipa mesmo a perder, quando comparecemos em massa. Outra lição (inevitavelmente é também comum à equipa, embora também tenha que partir dela) a retirar: coragem para confiar na qualidade da equipa e dos nossos jogadores. Não se vira um jogo assim se a base da equipa não tiver valor.

verdão

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