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Sangue LEONINO

segunda-feira, março 31, 2008

Miguel Ribeiro Telles ao CM

A entrevista de MRT ao CM merece uma atenção especial, tendo em conta que têm sido poucas as intervenções da direcção da SAD. Esta postura low-profile parece-me desajustada, porque, em algumas ocasiões, o silêncio tem dado origem a especulações, quando era preferível atalha-las com a versão oficial. A politica de comunicação da SAD parece-me algo desadaptada a um tempo onde a celeridade e profusão dos meios de comunicação – nos quais se deve incluir a a blogosfera – não se compadecem com silêncios mal geridos. As acusações de liderança fraca feitas a esta direcção advêm, quanto a mim, mais destes silêncios a destempo do que de uma declarada má actuação. Os elementos da SAD podem “não necessitar de protagonismo”, como diz MRT, mas também não o devem recear. A gestão do discurso para dentro do clube não pode ser descurada. Faço aqui a minha análise aos momentos que me parecem mais importantes. Análise livre de um sportinguista unicamente comprometido com o clube que muito ama.

“Paulo Bento continua até 2009” “É preciso ser–se corajoso nos momentos em que não se ganha tanto como se pretendia e, portanto, não vejo nenhuma circunstância que possa levar Paulo Bento a sair antes do final do nosso mandato.”

Contrariamente ao que muitos pensarão, não me parece que esta seja a frase mais importante embora concorde que seja a que marca a entrevista. Porque não creio que uma pessoa com o sentido de responsabilidade como MRT pudesse dizer outra coisa. Com o que falta ainda para jogar, com o que ainda pode ser ganho ou perdido, colocar a dúvida no comando técnico não era um tiro no pé mas sim uma autêntica roleta russa, com o tambor cheio. Julgo que com isto até os que desejam ver PB pelas costas concordarão. Outra coisa poderá dizer MRT, no final de época, se os resultados forem os piores ainda possíveis: abaixo do 3º lugar, sem ganhar mais nada que a Supertaça, no inicio de época. O espaço de manobra de para a continuidade de PB estaria muito reduzido, porque além da ausência de resultados ter-se-ia que somar uma época em que o bom futebol andou muitas vezes divorciado da equipa.
No entanto, e referindo-me à segunda afirmação citada, já aqui disse que não me repugna a continuidade de PB, com outros resultados e exibições. Cabe à SAD analisar se ele é capaz de dar a volta por cima a um ano de desilusões. Porque o campeonato tem que ser sempre a principal prioridade.

“Eu, enquanto sportinguista e sócio, nunca contestei, nem contestaria, uma direcção da forma como esta tem sido contestada.”

Estou de acordo. Esta direcção não teve direito a sossego nem a estado de graça, nem mesmo após as eleições. Estas foram disputadas com posições demasiado extremadas, que extravasaram para este mandato. A questão do património foi e tem sido o ponto de ruptura entre visões de gestão diferentes. Continuo a pensar que o projecto apresentado por esta equipa era o único com pernas para andar e o que mais poderia beneficiar o clube. Estima-se que hoje o passivo ande à volta de 205 milhões de euros, valor ainda assim comprometedor do investimento no futuro da equipa. Com a subida do juros e com a crise nos mercados financeiros onde andaria hoje o serviço de dívida do clube? Parece-me que um pouco de solidariedade para com os consócios que têm a dificil tarefa de gerir neste momento transcendente - e já agora em todos os momentos - talvez ajudasse a produzir melhores resultados, não?

“Todos os membros do conselho de administração se responsabilizam por todos os actos e contratações.” “A equipa técnica foi sempre ouvida, e isso tem sido reconhecido.”

Muitas vezes tenho visto aqui e noutros locais explanadas ideias de que Paulo Bento teve que aceitar os jogadores que lhe deram, como atenuante da época menos conseguida. Com a afirmação de MRT parece-me que este assunto fica definitivamente esclarecido. Não seria de esperar o contrário. Não podemos passar a vida a elogiar a postura frontal e o carácter do nosso treinador e depois admitir que PB seria capaz de aceitar qualquer prato que lhe metessem à frente. Uma coisa desmentiria a outra.

“Ainda não está definido (Quem substituirá Carlos Freitas)“ “Com a saída de Carlos Freitas, as negociações contratuais e aquisições passaram a estar entregues a Pedro Barbosa e Rita Figueira.”

Pode um clube como o nosso, a 2 meses do fim da presente época, com um novo ano para preparar, ter o lugar de director desportivo vago, diluindo tamanha responsabilidade e competência por Pedro Barbosa, Rita Figueira e por scouters?

“O Sporting procurou olhar com especial atenção para o recrutamento internacional”

E fez muito bem. O mercado internacional não pode nem deve ser descurado por um clube que quer fazer da formação a sua principal fonte de recrutamento e que não pode competir com os grandes da Europa na aquisição jogadores formados.

“Considero que o jogador português com nível para jogar no Sporting está um pouco inflacionado.”

Acredito que sim, embora no mercado português não joguem só jogadores portugueses, não se percebendo porquê que o clube o tem ignorado sistematicamente. As experiências com as últimas aquisições do género (Wender e João Alves) não podem ser factor disuasor porque erros idênticos se têm cometido nas aquisições no exterior. E João Alves está a fazer muita gente reconsiderar o que disseram sobre ele e talvez quem sabe reconsiderar a forma leviana como se despacha um jogador caro quase de borla. Depois não nos podemos queixar de ver o Guimarães à nossa frente, quando somos nós que llhes fornecemos os argumentos.

“Inevitável não é, mas…” (sobre a hipotética saída de Veloso, Pereirinha e Moutinho).

Aqui de acordo. Não é fácil segurar quem quer sair e pode até ser contraproducente. É o risco que corre um clube formador. Como o Ajax, por exemplo, que todos os anos vê sair os melhores. Há que antecipar as perdas. Por isso ainda mais me parece estranho - para ser simpático - que se deixe o cargo de director desportivo sem um intérprete competente.

“Caso ‘Apito Dourado"

É impossível concordar com o low-profile sobre este assunto, depois de 30 anos de roubalheira, com quinhentinhos, fruta diversa e meias-de-leite à mistura. E com casos relatados nas escutas, como o caso da camisola de Rui Jorge. Tenho a certeza que os sportinguistas divergem, na sua grande maioria, desta postura. Não podemos, de forma passiva e sem dizer o deve ser dito, sabendo o que sabemos, “esperar os resultados”. Ai Godot, Godot , continuas a ter muita gente à espera...

verdão

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