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Sangue LEONINO

quinta-feira, março 27, 2008

Confinados num losango cada vez mais pequeno

Não vou falar mais uma vez do esquema adoptado por PB, fiquem descansados. A razão deste meu post está para lá disso. Socorro-me dessa figura tão querida do nosso treinador como definição de um espaço onde está confinado o presente e onde se definirá o futuro próximo do futebol do SCP. Um espaço cada vez mais acanhado, onde as desilusões e o cansaço parecem minar o discernimento.

Este losango tem como vértices a SAD, o treinador PB, a equipa e seus resultados e, finalmente, os adeptos, claro está. Falarei hoje da SAD e do treinador.

SAD
Não tem tido a vida fácil porque qualquer julgamento que se faça do seu trabalho é sempre condicionado pelos resultados desportivos, mesmo que as restantes vertentes do seu trabalho corram pelo melhor. Como p. ex. as que serviram de bandeira eleitoral, como a redução do passivo, o aumento do número de sócios e a construção de uma equipa de acordo com os anseios legítimos dos adeptos e pergaminhos do clube. Do primeiro quase nada se sabe, o segundo está em curso vagaroso e do terceiro é melhor nem falar.

Não me surpreendeu a notícia de anteontem na capa da “Bola”. Nela vinha relatada como certa a hipótese de mais gente cair, ao nível directivo, caso PB abandone. Como a Bola este ano não tem falhado uma, revelando que as suas fontes de informação não estão ao nível do relvado, como PB pensava, mas sim talvez num dos andares do Visconde de Alvalade, damos a notícia como certa.

A ser verdade, a demissão no final da época parece-me mais fugir às responsabilidades do que assumi-las, porque o mandato desta SAD não está vinculada ao treinador, nem aos resultados de uma época. Porque há a estratégia da próxima temporada para dar corpo, para que os erros desta não se repitam ou se agravem. E esse trabalho será tão difícil quanto piores forem os resultados finais desta época. O não apuramento para Champions League será uma machadada forte num orçamento já tão minguado, por exemplo.

A confirmar-se a notícia, ficaria a ideia que a estratégia começava e acabava em PB, o que em si seria a evidência de que, para o nosso futebol, não haveria qualquer plano. Recuso-me a acreditar nesta hipótese, mas espero para ver.

A auto-avaliação do trabalho realizado não pode esperar pelo final da época, sobretudo se a ideia de abandonar o barco já perpassa a mente de quem dirige. O que deve imperar é a consciência do trabalho realizado com empenhamento e o sentido do dever para com o clube, no sentido de não deixar para terceiros os problemas criados. Para este ano pouco mais há a fazer senão esperar pelos resultados.

Se a SAD acredita no trabalho de PB, nas suas qualidades, que o assuma. Afinal é a eles que lhes cabe a decisão, por inerência e pela proximidade com os problemas vividos. Más épocas todos os treinadores têm, sem que isso belisque a sua categoria. A margem para a continuidade de PB é curta, mas sabemos bem que os bons resultados fazem passar rapidamente um treinador de besta a bestial e o contrário. Todavia se acham que o seu tempo terminou assumam-no, escolhendo o seu sucessor, trabalhando com este nas linhas orientadoras do ano que vem, num processo obviamente sigiloso. Como é óbvio acharia um erro tremendo deixarem-se reféns da decisão de PB querer ou não continuar, sobretudo se ela só for tomada com a época terminada. Liderar um clube como o SCP requer resiliência e perseverança, e tomada de decisões, por mais difíceis que sejam. Caso contrário, navegamos à vista e corremos o risco de encalhar no primeiro banco de areia.

O treinador Paulo Bento
Os resultados, as más exibições, decisões difíceis de compreender e de aceitar, têm contribuído para o cavar de um fosso que, no inicio de época, seria difícil de vaticinar. Como dizia no outro dia, parece-se ter fundado no clube o SCP (Sporting clube do Paulo) que tem por oposição o SLB (Sporting livre do Bento). Uns tudo lhe desculpam, outros optam por um tratamento menos justo e, por vezes, menos digno, vendo-o como a raiz de todos os males. Não sei o que vai na cabeça de PB, mas imagino que faça depender a sua continuidade do resultado do balanço dos objectivos alcançados e por atingir.

Creio que o que leva muitos adeptos a questionarem a sua liderança técnica são as más exibições e sobretudo a falta de estratégia colectiva que lhes estão subjacentes. Há problemas nesta equipa que já foram herdados da campanha transacta e quem viu este ano o jogo com o Leiria ou os jogos com o Setúbal, poderia pensar estar a ver os do ano passado com o Aves ou com o Paços de Ferreira.

O que a mim me faz desconfiar das capacidades de PB é ver que na sua 2ª época e meia ainda não conseguiu fundar uma equipa que interprete com rigor e eficácia o único esquema de jogo que preconiza. Já pôde construir 2 planteis mas os resultados não foram os desejados. Este ano, com mais dinheiro, não conseguiu melhor.

No outro dia dei o exemplo de Mourinho. Pegou no Leiria e, com orçamento reduzido, construiu uma equipa. Repetiu o feito no fcp, levando-o a uma improvável vitória na Champions, com adversários muito mais ricos. Com recursos quase ilimitados tirou o Chelsea de um jejum de 50 anos.

Vejo Carvalhal fazer o mesmo no Setúbal, um pouco como Cajuda e Jesus, com os tostões contados. Treinando apenas equipas pequenas, tem no CV tantas finais como PB. PB não se pode queixar dos orçamentos - sabia ao que vinha - como não deve queixar-se do tempo e oportunidades que lhe têm sido concedidos.

verdão
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